quinta-feira, 10 de abril de 2008

N O T I C I A S

Rapaz de 17 anos cursa mestrado em matemática na UFSCar


MARCELO TOLEDO
da Folha Ribeirão

Ele fez, em 11 anos de estudo, o que a maioria das pessoas só consegue fazer em, no mínimo, 15. E, com apenas 17 anos de idade, já está cursando a pós-graduação na UFSCar (Universidade Federal de São Carlos). Filho de um barbeiro e de uma auxiliar de cozinha, o estudante Aldo Vieira Pinto, formado em matemática, iniciou, no mês passado, mestrado na área, após ter eliminado dois anos do ensino fundamental, um do ensino médio e um da universidade.

Edson Silva/Folha Imagem
Com apenas 17 anos, Aldo Vieira Pinto faz mestrado em matemática
Com apenas 17 anos, Aldo Vieira Pinto faz mestrado em matemática

Aldo começou os estudos em Lages (SC), em escola pública. Logo nos meses iniciais da primeira série, conseguiu avançar para a segunda, após a análise de psicopedagogos da instituição, que, segundo ele, atestaram sua avançada alfabetização.

"O mesmo se repetiu na quinta série, em que cursei só um mês, e no segundo ano do ensino médio. Trata-se não só de inteligência, mas de esforço e dedicação", diz o rapaz.

Aldo iniciou a licenciatura em matemática aos 14 anos, na Uniplac (Universidade do Planalto Catarinense), particular. Sua primeira opção era biologia, mas a família não tinha condições de pagar a mensalidade mais alta. Na faculdade, além de eliminar um ano, também cursou disciplinas complementares de engenharia.

Débora Cristina Piotto, educadora do curso de pedagogia da USP (Universidade de São Paulo) de Ribeirão Preto, afirmou que, em casos como o de Aldo, é pior ele ficar numa classe de quinta série, por exemplo, se tem condições de cursar a sexta.

"Ele tem traços de superdotação e é pior, nesses casos, que ele fique [em classe com nível mais baixo]. Não vejo problemas no fato de ele avançar um período. Só é preciso cuidar para que o desenvolvimento emocional acompanhe o cognitivo. O contexto é que vai provocar o seu desenvolvimento."

No mestrado, que tem duração média de dois anos, Aldo disse não saber se também vai conseguir eliminar etapas. "Ainda é cedo para dizer", pondera. Mesmo estudando muito, Aldo diz ter tempo para ler e ouvir músicas, principalmente MPB.

terça-feira, 8 de abril de 2008

Sexo Seguro - Conheça as diferenças entre as camisinhas

Para escolher o melhor modelo de camisinha, o principal fator a ser considerado é a qualidade, garantida pelo selo do Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Normatização e Qualidade Industrial) e pela data de validade.

Basicamente, uma boa camisinha deve ser fina, mas resistente, ter preço acessível e instruções de uso claras na embalagem. Deve-se tomar cuidado com expressões como "alta sensibilidade", "extra-proteção" etc, pois nem sempre esses termos são técnicos.

Veja os tipos mais comuns no mercado, e escolha o seu:

1. Camisinhas com e sem lubrificante
O lubrifucante é um gel que envolve a camisinha e que facilita a penetração. Quando se escolhe uma camisinha sem lubrificante, é recomendável utilizar algum lubrificante à base de água (qualquer outro pode romper a camisinha), pois a penetração difícil pode fazer com que a camisinha rasgue. No caso de sexo anal, só o lubrificante da camisinha não é seguro: é necessário se complementar com mais lubrificante à base de água.

2. Com espermicida
Os espermicidas são produtos químicos que, quando colocados no canal vaginal, matam ou imobilizam os espermatozóides, impedindo a entrada deles no colo uterino. Os preservativos lubrificados com gel espermicida, oferecem uma certa prevenção contra a gravidez, no caso de a camisinha se romper durante a relacao. Mas, infelizmente, a eficácia varia muito: de cada 100 mulheres que usam espermicidas como método anticoncepcional, uma média de até 48 ficam grávidas. O espermicida não previne contra qualquer tipo de doença.

3. Texturizadas
Em tese, as camisinhas texturizadas podem trazer mais prazer à relação heterossexual, por estimularem mais a mulher. Estes modelos têm pontos salpicados ao longo de toda a sua extensão, ou então estrias em forma de argola, que simulam os anéis que surgem no pênis nos momentos de distensão máxima, que antecedem a ejaculação. Deve-se sempre verificar, no entanto, se o modelo possui o selo do Inmetro garantindo que previne contra doenças.

4. Camisinhas de diferentes espessuras
Quanto maior a espessura de uma camisinha de latex, maior a resistência, mas menor a sensibilidade que permitem ao homem. As camisinhas mais resistentes são recomendadas para a prática do sexo anal. As de menor espessura, desde que contenham o selo do Inmetro, são indicadas para o sexo vaginal ou sexo anal com boa lubrificação.

5. Tamanhos P, G e M
No mercado brasileiro, as camisinhas têm um tamanho padrão ¿ entre 16 e 19 centímetros de comprimento, 52 milímetros de largura, e espessura que varia de 0,06 a 0,09 milímetros ¿ determinado pelo Inmetro. Em países da Europa e nos EUA, é possível encontrar camisinhas de tamanhos P, M e G. Mas, em geral, o tamanho padrão serve a todo mundo, pois o latex é um material muito elástico.

Sexo Seguro - As dúvidas comuns sobre como usar camisinha

Quando devo colocar a camisinha?
Desde o início da transa, ou seja, quando começa a haver contato entre o pênis e a vagina (ou o ânus). Isso é fundamental tanto para se evitar a gravidez quanto a transmissão de doenças.

Usar duas camisinhas ao mesmo tempo protege mais?
Não. O atrito entre o latex das duas camisinhas pode até fazer com que estourem. Para quem não se sente seguro com as camisinhas comuns, o ideal é usar as que têm maior espessura.

A mesma camisinha não pode ser utilizada mais de uma vez?
Não. A camisinha foi feita para usar e jogar fora. E nem pense em lavar e usar de novo - a lavagem prejudica a resistência do latex.

Por que as camisinhas estouram?
Em geral, por mau uso: ou são colocadas do avesso, ou estão cheias de ar, ou a lubrificação é insuficiente. Evidentemente, também é preciso prestar atenção ao selo de qualidade do Inmetro e à data de validade.

Existe risco de gravidez e contágio de Aids, mesmo usando a camisinha?
A camisinha é a melhor forma de proteção. Seu uso correto evita a transmissão do vírus da Aids, das DSTs e da gravidez. Mesmo assim, existe um pequeno risco. Ela é considerada segura em 95% das vezes, pois há a possibilidade de que ela arrebente durante a transa, ou que seja colocada tarde demais, etc.

O que fazer se a camisinha estourar?
Interromper a relação, lavar a vagina e o pênis com água corrente e sabão e, só então, prosseguir a relação sexual com outra camisinha. No dia seguinte, o casal deve procurar o médico para escolher algum anti-concepcional de emergência (como a pílula do dia seguinte), se houver necessidade. Por precaução, é bom fazer o exame de Aids três meses depois.

Camisinha dá alergia?
Cerca de 1% das pessoas tem alergia ao látex (borracha utilizada na fabricação das camisinhas). Outros 1% tem alergia às substâncias químicas (espermicidas e lubrificantes) que existem em alguns tipos de preservativos. Quem notar qualquer alteração com o uso da camisinha, deve experimentar aquelas sem nenhum tipo de espermicida ou lubrificante ou então a camisinha feminina.

As camisinhas de poluiretano são anti-alérgicas?
Provocam menos alergia que o latex. As camisinhas femininas são feitas deste material, e é possível importar camisinhas masculinas deste material.

As camisinhas coloridas, com música e com cheiro de frutas são tão seguras quanto as comuns?
Depende. O ideal é procurar o selo de institutos de certificação estrageiros (ou do próprio Inmetro) e ler as instruções, para saber se o material do qual são feitas realmente protege.

Precisa mesmo usar a camisinha no sexo oral?
Sim. Já há relatos comprovados de transmissão do vírus da Aids pelo sexo oral. Por isso, não tem outro jeito.

A camisinha é o único jeito de se proteger da AIDS?
Não. O outro método é não transar, ou fazer sexo sem contato entre os órgãos genitais.

Sexo Seguro - Aprenda a usar o preservativo masculino

A eficácia da camisinha como forma de prevenção contra doenças depende da forma como ela é usada, da motivação do casal, do tempo de experiência e da qualidade do produto.

O uso correto: coloque o preservativo com o pênis ereto, antes que ele toque a vagina. Isso deve acontecer desde o início do ato sexual, uma vez que existe a eliminação de um fluido pré-ejaculatório com quantidades suficientes de espermatozóides para que ocorra a contaminação ou a fecundação. Portanto, mesmo sem ejacular dentro da vagina, só com o líquido que deixa o pênis "molhado", já pode ocorrer gravidez ou a contaminação pelo vírus HIV.

Cuidados importantes:

  • O preservativo deve estar sempre disponível;
  • Use preferencialmente as camisinhas lubrificadas, que vêm embaladas em pacotinhos quadrados à prova de luz;
  • Dê preferência a camisinhas que possuam espermicidas, pois eles aumentam a eficácia desse método;
  • Se necessitar de mais lubrificação, use lubrificante à base de água (KY gel, geléias ou cremes espermicidas, que ainda aumentam a eficácia da camisinha, glicerina);
  • Não use lubrificante à base de derivados de petróleo o pacote deve ser novo, sem danos. Use outro se o pacote estiver danificado ou se passou do prazo de validade. Camisinha deve ter validade no pacote!
  • Armazene em lugar fresco e escuro (calor, luz e umidade danificam). Evite carregar em carteira de dinheiro ou sentar em cima (o peso pode danificar). Tem gente que guarda no bolso traseiro da calça e acaba sentando em cima o dia inteiro;
  • Manuseie com cuidado. Unhas, dentes e anéis podem rasgar;
  • não desenrole antes de usar.
  • Sexo Seguro - Livre-se das desculpas esfarrapadas

    "Usar camisinha é como chupar bala com papel" ou "Eu nunca transei com ninguém doente, a gente nem precisa usar" são coisas comuns que ainda se ouve quando o assunto é sexo. Se você está preocupado com a sua saúde, não pode cair nestas histórias. Saiba o que responder:

    1. "Sei que sou saudável. Não precisamos usar camisinha"
    Resposta:
    "Fico feliz por você, mas, da minha saúde, cuido eu..."

    A maioria das doenças sexualmente transmissíveis demora algum tempo para se manifestar e, no caso da Aids, o tempo de incubação é de anos. Mesmo que a pessoa apresente um teste negativo de HIV, isso quer dizer pouca coisa. Lembre-se: é preciso só uma vez para se infectar.

    2. "A camisinha não é natural"
    Resposta:
    "A doença é natural, mas nem por isso quero me arriscar"

    A camisinha pode não ser "natural", mas ela, exceto em casos muito especiais, não causa alergias nem qualquer tipo de problema. Sabendo usar, ela sequer atrapalha a relação.

    3. "Vou perder o tesão e posso falhar"
    Resposta:
    "Pode deixar que dessa parte eu me encarrego. Sei colocar de um jeito que só vai melhorar o clima..."

    O correto não é transformar o preservativo em algo que "pare tudo", mas sim incorporá-lo à relação e transformar a colocação em algo agradável.

    4. "Só desta vez, vai?"
    Resposta:
    "Uma vez já é o bastante para se infectar"

    Não se esqueça: nenhuma doença sexualmente transmissível é passada "aos poucos". É preciso só uma transa para se infectar.

    5. "Pode confiar em mim"
    Resposta:
    "Desculpe, mas quando o assunto é a minha saúde, eu só confio em mim"

    Se a pessoa tem tanta segurança de que não tem nada, ela não deveria estar preocupada se você também não tem? Desconfie.

    6. "Isso sempre arrebenta quando eu uso..."
    Resposta:
    "Então está na hora de aprender a usar direito"

    Usada corretamente, a camisinha tem chances muito pequenas de estourar. Lubrificantes (sempre à base de água) são essenciais.

    7. "Não tenho camisinha"
    Resposta 1:
    "Eu tenho"
    Resposta 2: "Já ouviu falar de farmácia 24 horas?"
    Não se esqueça de que existem diversas outras formas de prazer que não envolvem riscos de transmissão de doenças. Sem camisinha, não transe.

    8. "Com camisinha, não transo"
    Resposta:
    "Sem camisinha, EU não transo"

    Produtos com bactérias "boazinhas" se tornam populares

    Bactérias na comida do bebê? Micróbios no seu milkshake? Fique tranqüilo, isto não é a última ameaça da sua comida - é o crescimento de uma tendência em comidas desenvolvidas para melhorar a saúde, não para deixar você doente.
    Estes produtos contêm probióticos, ou bactérias "amigáveis" semelhantes àquelas encontradas no sistema digestivo humano.

    Existem pílulas suplementares, iogurtes, smoothies, barras de cereais e até mesmo em fórmulas de comidas para bebês e chocolates. Eles são vendidos por grandes nomes como Danone e Kraft, e estão espalhando como germes nas prateleiras dos supermercados e nos laticínios.

    E estes produtos surgem com vagas propagandas sobre a saúde de "regular seu sistema digestivo" ou "fortalecer suas defesas do corpo".

    Especialistas dizem que os probióticos são geralmente mais seguros e, em alguns casos, podem ser de grande ajuda. Mais pequisas são necessárias e é uma nova área que reflete uma compreensão crescente sobre o papel que ocorre naturalmente em bactérias intestinais no que se refere à saúde. Nesta semana, o NIH (Instituto Nacional de Saúde de Chicago, em tradução literal) está propondo uma conferência em que os melhores cientistas discutirão os avanços recentes.

    Por enquanto, o mercado está à frente da ciência. É tudo parte do desenvolvimento de um esforço para capitalizar a obsessão por comidas saudáveis. Probióticos já são muito populares na Europa, Ásia e América do Sul.

    E também existem "pré-bióticos", que contêm fibra e outros nutrientes que alimentam as bactérias probióticas.

    Até este ano, mais de 150 produtos alimentícios comerciais com probióticos e pré-bióticos foram introduzidos nos Estados Unidos comparado com aproximadamente 100 no ano passado e apenas 40 em 2005, disse Tom Vierhile da Datamonitor, de uma empresa de pesquisa de mercado.

    "É definitivamente uma tendência crescente", diz Vierhile.

    Holly Maloney, 32 anos, um professor de nutrição da Chicago's Kendall College, come novas barras de nutrição que alegam ajudar na digestão e no sistema imunológico. Ela também é uma fã de iogurte e kefir, uma bebida com leite fermentado que contém probióticos. "Eles simplesmente me fazem sentir bem", diz sobre os produtos. "Se eu fico sem eles por poucos dias, eu não me sinto bem".

    Enquanto muitos probióticos não têm sido submetidos a testes científicos rigorosos, existem evidências emergentes que grandes quantidades de alguns tipos de bactérias "amigáveis" podem ser úteis.

    Pequenos estudos têm sugerido que certos probióticos podem ajudar a tratar ou prevenir alguns tipos de gastroenterites, diarréia e reações alérgicas da pele, e as bactérias estão sendo investigadas por muitos outros alimentos.

    O NIH declarou o estudo de bactéria gastrointestinal e probióticos como uma grande iniciativa de pesquisa. O próximo encontro da agência irá ressaltar a ciência atual e então poderá identificar falhas na pesquisa e determinar as futuras direções, disse Crystal McDade-Ngutter, que comanda o grupo de trabalho do NIH sobre o assunto.

    "O fato é que existe uma série de implicações para a saúde e uma falta de compreensão associada ao uso do pré e probitóticos e tornam este um assunto muito interessante para um estudo", ela disse.

    Por exemplo:
    Um estudo canadense publicado no mês passado sugeriu que o leite fermentado que contém lactbacillus acidophilus e Lactobacillus caseii poderia ajudar a prevenir diarréia relacionadas a antibióticos.

    Um estudo da Finlândia publicado neste ano descobriu que uma bebida de aveia que contém a bactéria Bifidobacterium lactis ajudou na função do intestino em residentes de enfermagem.

    Cientistas na Argentina estão investigando se o leite fermentado com bactéria de ácido lático deveria reduzir as quantidades de substâncias causadoras de câncer no intestino.

    Mesmo sem todas as respostas da ciência, os probióticos são uma indústria global de multibilhões de dólares. Só nos Estados Unidos, as vendas no varejo de comidas e suplementos com conteúdo probiótico totalizaram um número estimado em US$ 764 milhões em 2005 e devem chegar a US$ 1 bilhão em 2010, de acordo com a empresa de pesquisa de mercado BBC Research.

    O iogurte da Danone Activia, introduzido no ano passado, é praticamente o mais conhecido produto norte-americano. Seu primeiro ano de vendas gerou mais de US$ 100 milhões. A General Mills introduziu o competidor YoPlus, sob a marca Yoplait neste ano.

    Um pesquisador da Universidade de Michigan Gary Huffnagle nomeou os probióticos como "um novo grupo essencial de comida" em seu novo livro The Probiotics Revolution (A Revolução dos Probióticos, em tradução literal). O conceito, entretanto, não é novo.

    Milhões de boas bactérias vivem na região do intestino, ajudando a afastar as bactérias más e causadoras de doenças. Cada vez mais cientistas acreditam que a doença surge quando o balanço fica dividido e as bactérias ruins dominam.

    Este crescimento exagerado tem implicado muitos problemas digestivos comuns incluindo a inflamação do intestino e a síndrome do intestino irritável, disse Sri Komanduri, um especialista gastrointestinal do Chicago's Rush University Medical Center.

    Komanduri prescreve pílulas probióticas que contêm 450 bilhões de bactérias de ácido lático vivas para a doença inflamatória do intestino e o crescimento exagerado de bactérias.

    Mas ele não prescreve a seus pacientes sem recomendações específicas e ele não recomenda comida com probióticos porque ele disse que não existem evidências de que elas sejam efetivas.

    Mau hálito? Veja causas e como solucionar

    Nada mais desconfortável do que conversar com uma pessoa e sentir um odor nada agradável. O curioso é que os portadores do mau hálito não conseguem perceber a presença do problema. São os outros que notam e ficam constrangidos em avisar a vítima da doença.
    Esse temível problema afeta cerca de 60% de toda a população mundial e você pode ser uma dessas pessoas. Mas calma, não precisa fic
    ar neurótica. Esse probleminha tem solução. Só é preciso descobrir a verdadeira causa para atacá-la de maneira certeira.

    Graças à odontologia, ninguém precisa se conformar em ter de conviver com o mau hálito para o resto da vida. O primeiro passo é conhecer bem o inimigo. Estima-se que cerca de 90% a 95% das halitoses (nome correto para esse drama) são causadas no ambiente bucal, principalmente na língua, e cerca de 5% a 10% têm causas sistêmicas, como diabetes, problemas renais ou hepáticos e prisão de ventre acentuada.

    A língua possui diversas papilas gustativas entre as quais se formam criptas, ou seja, saquinhos que retêm resíduos de alimentos, células epiteliais descamadas e placas bacterianas que começam a fermentar e a liberar odor de enxofre. Essa é, sem dúvida, a principal causa do mau hálito. Mas mesmo assim, é preciso fazer uma investigação mais detalhada para saber se a halitose não é fruto de algum outro problema. Por isso, o dentista faz um exame detalhado da boca, da língua e da parte dentária.

    "Os resíduos, as placas bacterianas e as bactérias podem ficar acumuladas em várias regiões da boca, por isso essa anamnese tão detalhada", explica a dentista Caroline Zarvos (SP). A partir dessa observação é possível levantar as diversas causas e identificar a melhor maneira de prevenção ou tratamento. Listamos a seguir as mais comuns e explicamos como tratar o problema em cada um dos casos.
    Revista Plástica & Beleza

    VIDA SAUDAVEL

    Está difícil de suportar o chulé? Veja como acabar com ele.

    Você chega em casa, tira os sapatos e se arrepende um segundo depois. Aquele cheiro de "queijo estragado" toma conta do ambiente todo e você sente um alívio por estar sozinha. Conhecido popularmente como chulé, a bromidrose é um mau cheiro causado pela interação de bactérias com o suor da planta do pé.
    "Não é necessário que a pessoa tenha uma transpiração excessiva nos pés para ter bromidrose. É a ação das bactérias naturais da região com o suor que determina o odor característico", explica a dermatologista Juliana Burihan Cahali.

    No entanto, é mais comum que o odor fétido do chulé apareça em pessoas com sudorese excessiva. "A bromidrose está mais presente em pacientes que apresentam uma sudorese excessiva nos pés. E isso pode vir acompanhado de um aspecto esbranquiçado da pele ou de uma descamação dos pés", explica a dermatologista Paula Bellotti.

    Para amenizar o cheiro desagradável, a solução é diminuir o suor dos pés ou abaixar o número de bactérias presentes na região. "Desodorantes e antitranspirantes diminuim a flora bacteriana e a transpiração, respectivamente, da região. O que resulta numa diminuição do odor fétido característico da bromidrose", comenta Paula. Mais usada para conter o suor excessivo na região das axilas e nas mãos, a toxina butolínica pode ainda ser aplicada na planta dos pés. "Com a diminuição do suor no local, pode-se controlar o mau cheiro do chulé", conta a Juliana.

    Saiba evitar o chulé
    Por ser uma conseqüência de dois fatores naturais da pele (suor e bactérias), não existe um tratamento que elimine totalmente o chulé. "Não é porque o odor foi controlado que nunca mais se terá chulé. Não existe um tratamento definitivo, o cuidado deve ser diário", alerta Juliana.

    Mas é sempre importante manter alguns cuidados básicos de higiene para deixar de lado o mau cheiro indesejado. Segundo a podóloga Tatiany Kermessi, lavar bem os pés e não usar o mesmo calçado todos os dias é fundamental.

    "As pessoas não lavam os pés direito, deixam apenas cair a água do banho e dão uma lavadinha por cima. O correto é usar um sabonete anti-séptico e uma escova macia para limpar bem, inclusive entre os dedos e as unhas", explica.

    Um pé mal lavado é sinônimo de acúmulo de resíduos de sabonete, sujeira, talco e suor entre as unhas e os dedos. "A falta de cuidado e de higiene pode proliferar fungos nos pés, o que acaba resultando em um odor ainda mais forte", comenta Paula.

    O descuido com os calçados pode também ser um agravante do chulé. Além de não ser recomendado que se use o mesmo sapato todos os dias, ele deve ser limpo a, pelo menos, cada 15 dias. "O sapato tem que ser lavado por dentro também, não só por fora", salienta Tatiany.

    A podóloga lembra ainda que refeições à base de alimentos ácidos e o estresse diário ajudam a agravar a bromidrose.

    Agravantes do chulé:
    - Alimentação ácida
    - Calçados sintéticos e de plástico
    - Estresse
    - Má higiene dos pés
    - Meias sintéticas
    - Suor excessivo

    Serviço:
    Juliana Burihan Cahali - dermatologista
    jucahali@terra.com.br