sexta-feira, 10 de abril de 2009

Verão sem picadas

Uma substância dos produtos repelentes mantém os insetos bem longe

Junto com o calor, chega a indesejável companhia dos mosquitos, pernilongos e afins. O problema é que o risco das picadas vai além de uma irritação e vermelhidão. Elas podem transmitir uma série de doenças graves: a dengue, a malária e a leishmaniose, por exemplo. Por isso é tão importante manter esses insetos longe, evitando seus ataques. Uma das principais estratégias é apelar para os chamados repelentes. A maioria das marcas que estão no mercado leva na fórmula o DEET — dietil-m-toluamida —, uma substância usada desde a década de 1950 para esse fim. “É o ingrediente mais eficaz que existe”, confirma o dermatologista Hélio Miot, da Universidade Estadual Paulista em Botucatu, que pesquisa essa categoria de produto. Vale lembrar que os repelentes não servem para evitar picadas de outros insetos, como pulgas e abelhas.

Pura enganação

O repelente libera vapor capaz de confundir o mosquito

1. Atraído por substâncias exaladas pela pele — o gás carbônico e o lactato —, o inseto chega até o sangue humano. O curioso é que só a fêmea se alimenta dele. Isso por causa da presença de albumina necessária para a produção de ovos.

2. Aplicado sobre o corpo, o repelente produz uma camada de vapor capaz de confundir os mosquitos. São liberadas substâncias que bloqueiam a ação dos receptores de lactato localizados na antena do inseto.

3. Como a capacidade de detectar o lactato é prejudicada, o bicho fica perdidinho e não consegue mais reconhecer onde deveria atacar.

Vitamina para bronzear

Além de filtro solar, os dermatologistas recomendam outro cuidado para quem quer ficar no tom do verão: comer cenoura, batata-doce, abóbora, beterraba, mamão papaia, manga, brócolis e espinafre. Eles são ricos em betacaroteno. O nutriente, que confere às frutas a cor amarela e alaranjada nas folhas, ele é camuflado pelo verde da clorofila, é empregado pelo organismo para formar a vitamina A e reforçar a co-loração do bronzeado.

“A substância também ajuda a barrar uma parte dos raios ultravioleta A, responsáveis pelo envelhecimento precoce e pelo câncer de pele”, revela o dermatologista Humberto Ponzio, de Porto Alegre. Para ativar o poder bronzeador, o ideal é ingerir três cenouras diariamente. “O betacaroteno funciona ainda como se tingisse a pele internamente, mesmo na ausência de raios solares”, esclarece o dermatologista José Carlos Greco, de São Paulo.

BETACAROTENO

E os suplementos?

Como não apresentam toxicidade, suplementos de betacaroteno têm sido receitados por alguns profissionais de saúde. “Há pessoas que não conseguem obter a quantidade do nutriente nas refeições”, justifica o médico ortomolecular Fernando Flaquer, de São Paulo. Mas há polêmica: “Alguns estudos mostram que doses muito altas predispõem ao câncer e outros afirmam que, ao contrário, protegem contra essa doença”, diz o médico e nutricionista Fernando Salvador Moreno, da Universidade de São Paulo.

PERIGOS DO EXCESSO DE ALIMENTOS QUE BRONZEIAM

O teste da palma das mãos

Para saber se você está ingerindo grandes quantidades de betacaroteno, observe a palma das mãos. Se ela fica amarelada, é sinal de acúmulo da substância. Para o estoque na pele diminuir e a coloração desaparecer basta interromper a ingestão. “O betacaroteno também tende a se depositar mais em áreas oleosas, como a testa e as costas”, explica Humberto Ponzio.

Suco bronzeador

Ingredientes:
• 1 copo pequeno de suco de laranja
• 1/2 beterraba crua e 1 cenoura média

Modo de fazer:
Centrifugue a cenoura e a beterraba e misture ao suco de laranja

Se você quer um tom de pele bonito no verão, consuma os seguintes alimentos um mês antes de lagartear na praia: cenoura, abóbora, manga, espinafre, pimentão, brócolis, couve, melão, mamão papaia, tomate, beterraba e melancia

Cuidado!

Quem tem a pele muito clara deve controlar a dose de betacaroteno. Há o risco de surgir um tom amarelado artificial. Já nas pessoas morenas a coloração produzida pelo nutriente tende para o dourado.