sábado, 25 de abril de 2009

Herpes e catapora: o que eles têm em comum?

Quem já ficou todo empipocado quando era criança e achava que a chateação tinha ficado no passado, deve saber que não está totalmente livre dela. "O mesmo vírus causador das pelotas vermelhas, o varicela-zoster, é também responsável por deflagrar outra doença bastante agressiva, o herpes-zoster", explica o clínico geral Paulo Olzon, da Universidade Federal de São Paulo.

Ele ataca as crianças, provocando aqueles sintomas típicos da catapora, como coceira, erupções vermelhas na pele e febre. Depois de todo esse transtorno, o micróbio invade os gânglios nervosos em busca de um abrigo. Lá, ele fica anos adormecido, sem provocar sintomas, o que dá a falsa impressão de que o problema ficou no passado. "Traiçoeiro, o vírus espera um momento de fragilidade do sistema imunológico para dar as caras", afirma Paulo Olzon.

É aí que o herpes-zoster aparece, acometendo os nervos de um dos lados do corpo, normalmente na região do tórax ou do abdômen. Ele se manifesta em forma de pequenas bolhas e vermelhidão na região acometida. O fato do micro-organismo atacar áreas nervosas faz com que, normalmente, o paciente sinta muita dor. Uma febre discreta também costuma aparecer. Felizmente, a crise regride, em geral, no prazo de sete dias.

Qualquer pessoa que já teve catapora está sujeita ao problema. "Porém, ele é mais comum em idosos e em indivíduos debilitados, com baixa imunidade", avisa Olzon.

Infecção urinária: perguntas e respostas

O que é infecção urinária?
Ela é caracterizada pela a presença de micro-organismos na urina. O líquido que enche a bexiga é estéril – ou seja, livre de bactérias. Mas, quando esses bichinhos se multiplicam ao redor da uretra e conseguem se infiltrar no canal da urina até chegar à bexiga, desencadeiam uma infecção. “Em 85 % dos casos, o problema é provocado pela bactéria Escherichia coli, que integra a flora intestinal”, ressalta Fernando Almeida, professor de urologia da Universidade Federal de São Paulo.

Existem tipos diferentes?
Sim. O mais comum é a infecção na bexiga, a famosa cistite. Mas os micro-organismos também podem atacar os rins, o que é chamado de pielonefrite.

Quais são os sintomas?
“Os clássicos são dor e ardor na hora de urinar”, afirma Eduardo Zlotnik, ginecologista e obstetra do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo. Pode haver também um aumento da frequência de idas ao banheiro, sensação de bexiga cheia, sangramento ou um simples mal-estar acompanhado de febre.

A doença é transmissível?
“Definitivamente, não”, assegura Fernando Almeida. Mas é mais comum que ela dê as caras depois de relações sexuais, porque o pH da região fica alterado. Entre mulheres que variam muito de parceiro, a incidência é comprovadamente maior.

Por que esse tipo de infecção é mais frequente em mulheres?
Elas têm o canal da uretra mais curto e, por isso, é mais fácil as bactérias chegarem aonde não devem. Além disso, elas costumam ter o péssimo hábito de segurar a urina por mais tempo que os homens – um prato cheio para as bactérias se proliferarem.

Por que algumas pessoas têm o problema com mais frequência?
Isso envolve fatores hereditários e imunológicos. A atenção com a higiene é essencial, mas a infecção pode aparecer mesmo em quem toma todo o cuidado do mundo.

Por que as grávidas ficam mais sujeitas a esse tipo de infecção?
Estima-se que de 15% a 20% das gestantes terão ao menos uma vez esse tipo de infecção. Isso acontece porque, durante esse período, o aumento da circulação sanguínea na região pélvica faz a umidade vaginal aumentar, facilitando a passagem das bactérias do ânus para a uretra.

Os homens estão livres da doença?
Não é bem assim. É verdade que esse é um problema tipicamente feminino, mas a infecção também acomete a ala masculina.

Ela é mais frequente em pessoas idosas?
Sim. “A resistência diminui com a idade e, no caso das mulheres, há uma queda de hormônios que deixam a região pélvica mais sensível”, diz Eduardo Zlotnik.

Existe alguma forma de prevenir?
Segundo Zlotnik, a recomendação é beber muita água para que as idas ao banheiro não fiquem muito espaçadas. “Assim você vai limpando o trato urinário”, explica. Urinar depois das relações sexuais e evitar banhos de imersão também ajudam.