quinta-feira, 6 de maio de 2010

A Menopausa Masculina Existe?

Será que os homens passam por algum tipo de alteração hormonal como as mulheres durante a menopausa? A respeito desta questão, os doutores Duncan Gould e Richard Petty, da WellMan Clinic, em Londres, argumentam que alguns pacientes necessitam serem investigados e tratados com o hormônio masculino testosterona ao atingirem uma idade maior.

Já o Dr. Howard Jacobs, do Royal Free and University College School of Medicine, também de Londres, não está convencido desta necessidade.

A apresentação de argumentos pró e contra a reposição hormonal masculina foi feita na revista British Medical Journal do dia 25 de março.

Segundo os doutores Gould e Petty, favoráveis à reposição de testosterona, os sintomas encontrados na síndrome do climatério masculino são: depressão e nervosismo, sudorese e ondas de calor, diminuição da libido, disfunção erétil, cansaço fácil, perda de concentração e da memória.

No início do século 20 o termo climatério masculino foi introduzido e é mais apropriado do que o nome andropausa, pois ele sugere um declínio e não uma queda abrupta nas concentrações hormonais. Já em 1944 um artigo descrevia com precisão os sintomas da síndrome, que eram revertidos pela testosterona mas não por placebo.

Uma concentração muito baixa de testosterona pode ocorrer devido à disfunção testicular ou acometimento do eixo hipotálamo-hipófise. A síndrome não é inevitável, mas pode surgir principalmente em homens de meia idade e idosos, com a queda da produção e da taxa plasmática da testosterona. Um limite de concentração no plasma parece existir, a partir do qual os que sintomas se tornam aparentes.

Outros fatores (além da idade) que podem contribuir para o quadro são a orquite (inflamação do testículo), trauma do testículo, obesidade, excessos do uso do álcool, estresse físico e psicológico. Em relação à disfunção erétil em homens mais velhos, a deficiência de testosterona representa de 6 a 45% de todos os casos.

Segundo os autores, os homens que se apresentam com este quadro clínico devem ser investigados. Homens com queda na dosagem da testosterona e com sinais precisos de deficiência androgênica, e nos quais causas reversíveis da deficiência de testosterona foram excluídas e onde não existam bons contra-indicações para o tratamento, devem ser tratados.

O Dr. Howard Jacobs escreveu contra a reposição de testosterona. Segundo ele, é fácil ver a atração para uma explicação endócrina para o envelhecimento, porque ela levanta a possibilidade de tratamento hormonal para sintomas que ocorrem normalmente no período da vida após os 60 anos de idade.

O Dr. Jacobs explica que a redução na testosterona plasmática no homem ocorre de modo totalmente diferente do que a redução hormonal na mulher; cita ainda por exemplo, que a reposição de testosterona no homem não tem nenhum efeito benéfico sobre a osteoporose masculina, e que, apesar do aumento na massa muscular e da diminuição na gordura dos pacientes tratados com o hormônio, não concorreu aumento da força muscular.

E em relação à disfunção erétil, o Dr.Jacobs acredita que o uso do sildenafil (Viagra ®), é muito mais seguro do que as injeções de testosterona, a não ser que fique claramente demonstrada que a disfunção erétil é causada pela queda da taxa hormonal.

Pela discussão entre os grupos antagonistas em suas opiniões, observa-se que a reposição hormonal masculina é ainda um assunto controverso e não-estabelecido adequadamente na Medicina dos dias de hoje.

Câncer de Próstata: A Necessidade da Prevenção

Dia 17 de Novembro é o Dia Mundial do Combate ao Câncer de Próstata. Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), o câncer de próstata é a segunda causa de óbitos por câncer em homens, sendo superado apenas pelo de pulmão. Para 2005, estimou-se a ocorrência de 46.330 casos novos para este tipo de câncer. A principal recomendação continua sendo a prevenção e a promoção de ações educativas voltadas para a população, principalmente masculina."
Todo homem com mais de 50 anos deve fazer visitas de rotina ao urologista para examinar a próstata. Não há outro modo de prevenir e tratar o câncer da próstata, que pode ser considerado o "câncer de mama" dos homens. A diferença é que o homem jamais vai descobrir se desenvolveu o mal; a não ser que o câncer já tenha passado da próstata e lançado metástases pelo corpo, comprometendo outros órgãos.

Assim como o câncer do seio entre as mulheres, a doença masculina pode ter conseqüências traumáticas se não for diagnosticada a tempo. A incidência da doença é de cerca de 8% nos homens com mais de 50 anos. Suas causas são desconhecidas, bem como os fatores ambientais que favorece seu surgimento. Sabe-se que nos países asiáticos, a taxa de homens afetados é menor que no resto do mundo.
No entanto, a segunda geração de famílias asiáticas emigradas para os EUA passa a ter a mesma incidência da doença na população americana. No Brasil, entre 60 e 70% dos casos são diagnosticados quando a doença já está disseminada.
O fato de o tumor maligno da próstata ter alcançado a liderança nas estatísticas americanas de câncer, não se deve a nenhum fator diretamente relacionado à evolução da doença. Ocorre que os homens estão mais bem informados e procuram auxílio médico mais cedo, prevenindo-se contra a doença. Anteriormente a incidência era grande, mas passava despercebida.
Nos EUA, o câncer da próstata só mata menos homens que o câncer de pulmão. A próstata é uma glândula próxima da bexiga responsável pela produção de esperma. Como as causas do câncer são desconhecidas, o melhor remédio é a prevenção. O tumor pode ser detectado através de um exame do nível de antígeno prostático específico no sangue ou por um toque no reto.
Constatada qualquer alteração. É feita uma biópsia do tecido da bexiga. A cirurgia cura 85% em que não há metástase (expansão para outros órgãos). A próstata e adjacências são extirpadas. Em 50% dos casos, é necessária a retirada de um nervo ligado ao pênis – o paciente fica impotente.